ATA DA SEXAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 02-9-2004.

 


Aos dois dias do mês de setembro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Professor Garcia e Renato Guimarães. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 187/04 (Processo nº 4202/04); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 193/04 (Processo nº 4413/04); pelo Vereador Almerindo Filho, o Projeto de Lei do Legislativo nº 158/04 (Processo nº 3606/04); pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Providências nº 1713/04 (Processo nº 4417/04) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 192/04 (Processo nº 4320/04); pelo Vereador Elói Guimarães, o Pedido de Providências nº 1692/04 (Processo nº 4382/04); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº 1712/04 (Processo nº 4415/04); pelo Vereador Luiz Braz, o Pedido de Providências nº 1715/04 (Processo nº 4427/04). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Elói Guimarães, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 167/99 (Processo nº 3012/99). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 7864, 8872, 11034, 17413, 17618, 17626, 17747 e 84684/04, da Senhora Márcia Aparecida do Amaral, respondendo pela Diretoria do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, deu-se início à solenidade de entrega da premiação da VIII Edição do Concurso Anual de Fotografia Sioma Breitman. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Irineu e Samuel Breitman, filhos de Sioma Breitman; a Capitã Sandra Beck, representando o Comando Geral da Brigada Militar; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário da Casa. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Vereador João Antonio Dib que, em nome da Casa, saudou os vencedores da VIII Edição do Concurso Anual de Fotografia Sioma Breitman, analisando o significado do trabalho realizado pelo fotógrafo, como expressão de arte e como registro social e histórico. Também, abordou a importância da figura de Sioma Breitmann para o desenvolvimento da técnica fotográfica no Estado do Rio Grande do Sul, traçando comparativo entre os recursos hoje existentes na área e aqueles observados nos primórdios do século vinte. Em continuidade, a Senhora Presidenta convidou o Vereador Ervino Besson a proceder à entrega de Diploma, Medalha e de cheque no valor de mil e quinhentos reais ao primeiro colocado no Concurso, Senhor Paulo Garrido; convidou o Vereador Luiz Braz a proceder à entrega de Diploma, Medalha e de cheque no valor de mil reais ao segundo colocado no Concurso, Senhor César Luís Pacheco Glöckner; convidou o Vereador Guilherme Barbosa a proceder à entrega de Diploma, Medalha e cheque no valor de quinhentos reais ao terceiro colocado no Concurso, Senhor Domingos de Almeida Martins Costa. Em seguida, a Senhora Presidenta convidou os Senhores Irineu e Samuel Breitman a procederem à entrega dos Diplomas e Medalhas alusivos à Menção Honrosa aos Senhores Cláudio Fonseca, Antônio Sérgio de Sena Vaz e Wanderlei Oliveira, e foram entregues Diplomas aos fotógrafos selecionados para participar da exposição fotográfica referente à VIII Edição do Concurso Anual de Fotografia Sioma Breitman, Senhores Jorge Lúcio Domingos, Jorge Luiz Leão Machado, Júlia Rocha Baptista, Marcelo Testa, Mauro Schaefer, Miriam Marroni, Nivaldo Borges Granetto, Pedro Henrique Requena Gómez, Ricardo Moure e Walter Firmo de Oliveira Cruz. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor Irineu Breitmann, que parabenizou os participantes e vencedores da VIII Edição do Concurso Anual de Fotografia Sioma Breitman, agradecendo a homenagem a seu pai realizada pela Câmara Municipal de Porto Alegre por meio desse Concurso. Na oportunidade, a Senhora Presidenta informou que a exposição fotográfica referente à VIII Edição do Concurso Anual de Fotografia Sioma Breitman encontra-se aberta à visitação pública até o dia trinta de setembro do corrente, no Salão Adel Carvalho deste Legislativo. Às quatorze horas e trinta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em seguida, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Beto Moesch, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar o transcurso do vigésimo quinto aniversário da regulamentação da profissão de biólogo, nos termos do Requerimento nº 093/04 (Processo nº 2632/04), de autoria do Vereador Beto Moesch. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Ana Elisabeth Quillfeldt Carara, Conselheira-Presidenta do Conselho Regional de Biologia da 3ª Região; a Senhora Vera Pitoni, Presidenta do Sindicato dos Biólogos do Rio Grande do Sul; o Senhor Ludwig Buckup, Conselheiro da primeira gestão do Conselho Federal de Biologia; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Beto Moesch, como proponente desta solenidade, discorreu sobre a Lei nº 6.684/77, que regulamentou a atividade do biólogo e instituiu os Conselhos Federal e Regionais de Biologia, os quais viabilizaram maior desenvolvimento nessa área. Ainda, declarou que o biólogo é a profissão do século XXI, tendo em vista ser a preservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais atitudes imprescindíveis para garantir a sobrevivência da vida terrestre. O Vereador João Carlos Nedel, asseverando que uma visão positiva de futuro para a humanidade passa pela atividade de pesquisa realizada pelo biólogo, comentou a diversidade das formas de vida existentes, salientando a necessidade do conhecimento e do respeito a essa diversidade. Finalizando, defendeu uma maior valorização do trabalho do profissional da área de biologia, como modelo de idealismo e de prática em busca de uma civilização material e espiritualmente mais qualificada. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra às Senhoras Ana Elisabeth Quillfeldt Carara e Vera Pitoni que, respectivamente, em nome do Conselho Regional de Biologia da 3ª Região e do Sindicato dos Biólogos do Rio Grande do Sul, destacaram a importância da presente solenidade, referente ao transcurso do vigésimo quinto aniversário de regulamentação da profissão de biólogo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Guilherme Barbosa teceu considerações sobre o Plano de Inclusão Digital desenvolvido pela Prefeitura de Porto Alegre, em parceria com a iniciativa privada, o qual objetiva a implantação de tele-centros em diferentes pontos da Cidade e a garantia, à população, de acesso à internet e ao aprendizado no campo de Informática. Também, registrou a inauguração, amanhã, do tele-centro de número vinte e seis, localizado na Ilha Grande dos Marinheiros. O Vereador Haroldo de Souza comentou críticas aos trabalhos desta Casa, divulgadas pela imprensa. Também, saudou a posse do Senhor Antônio Maria Rodrigues de Freitas, como Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado e contestou a instalação, em áreas públicas, de barracas de venda de material partidário. Finalizando, replicou comentários feitos em relação ao fato de Sua Excelência ter mudado de partidos políticos durante a atual Legislatura e aludiu à troca de local da Estátua do Laçador. A Vereadora Helena Bonumá parabenizou o Governo Municipal pela implantação do Plano de Inclusão Digital, afirmando que os tele-centros objetivam criar nas próprias comunidades espaços informatizados, viabilizando qualificação e acesso à tecnologia da informação. Finalizando, comentou artigo do jornal Zero Hora de hoje, intitulado “O Centro e suas diferenças”, de autoria do Senhor Luiz Antônio Brenner Guimarães, Secretário Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão comentou pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Femininos, acerca das candidaturas femininas nas eleições municipais, lamentando o baixo número de mulheres disputando cargos públicos neste ano. Nesse sentido, afirmou que a representação feminina nas esferas do poder público e econômico é insignificante, citando circunstâncias sociais que servem de entrave à maior participação das mulheres na vida pública. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz criticou a permuta realizada entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a Companhia Estadual de Energia Elétrica, em dois mil e dois, de um terreno na Avenida Loureiro da Silva por índices construtivos, alegando que este processo deveria ter tramitado nesta Casa. Ainda, mencionou Ação Popular movida contra o Governo Municipal, a qual questiona essa permuta e os critérios utilizados pelo Executivo na avaliação do referido imóvel. O Vereador João Antonio Dib leu trechos do livro “O Poder do Vereador”, enfocando a importância da fiscalização exercida pelos Vereadores em relação aos atos do Executivo Municipal. Em relação ao assunto, referiu-se aos repasses de recursos do Ministério da Saúde para Porto Alegre, divergindo dos valores constantes na Execução Orçamentária municipal e cobrando explicações do Poder Público sobre essa questão. O Vereador Isaac Ainhorn, contestando a falta de resposta por parte da Bancada do PT aos questionamentos feitos por parlamentares desta Casa, protestou contra a notícia de aumento do capital da Empresa Porto-Alegrense de Turismo. Também, refutou a permuta realizada entre a Prefeitura Municipal e a Companhia Estadual de Energia Elétrica relativa a um terreno na Avenida Loureiro da Silva, indagando o porquê dessa deliberação não ter sido submetida à apreciação deste Legislativo. O Vereador Cláudio Sebenelo desaprovou a intenção do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre de ingressar com ação judicial contra a decisão desta Casa, que aprovou Projeto de Lei instituindo os Conselhos Municipais de Desenvolvimento, declarando que a matéria não é inconstitucional por ser regulamentada por uma Lei Estadual. Ainda, relembrou a atitude do Poder Judiciário em relação à “CPI da Saúde”, lastimando o tempo que esses processos levam para tramitar na Justiça. Às dezesseis horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelos Vereadores João Antonio Dib e Professor Garcia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Ervino Besson e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão. Neste momento, a Câmara Municipal de Porto Alegre dá início à entrega da premiação da oitava edição do Concurso Sioma Breitman de Fotografia - ano 2004, que conta com a parceria da Associação Riograndense de Imprensa e da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul. Este Concurso foi instituído em 1997, um Projeto do Ver. João Antonio Dib, que visa a homenagear o ucraniano Sioma Breitman, que viveu na nossa Porto Alegre e fotografava em preto e branco. Através do seu talento e da sua obra, Sioma divulgou o Rio Grande do Sul, particularmente a nossa Capital, nos mais de 300 salões internacionais de que participou.

Para prestar a sua homenagem aos vencedores desta edição, eu convido para falar, em nome da nossa Câmara, o Ver. João Antonio Dib, autor dessa Lei, que este ano conta também com a obrigatoriedade da apresentação dos negativos das fotografias, uma proposta do Ver. Haroldo de Souza.

Presentes o Sr. Samuel Breitman e o Sr. Irineu Breitman, filhos de Sioma Breitman, os quais eu convido para compor a Mesa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus caros Samuel Breitman e Irineu Breitman, filhos daquela figura extraordinária que foi Sioma Breitman.

Desde 1997, tem sido realizado esse Concurso de Fotografias com motivos da cidade de Porto Alegre e fotografias em preto e branco. A arte se expressa de muitas formas, e uma das formas bonitas de expressar a arte é a fotografia em preto e branco.

Eu gostaria de ver, Irineu e Samuel, o que o nosso Sioma diria dessas máquinas que hoje funcionam sozinhas, que fotografam, mas que me parecem não ter a mesma vida e o mesmo tempo de duração, de existência, daquelas fotos em preto e branco que, no fundo dos nossos baús, nós encontramos, mostrando que havia artistas, que havia pessoas que não tinham os recursos da iluminação, não tinham os recursos das lentes que hoje há, mas faziam verdadeiras maravilhas. E o Sioma foi uma das pessoas que mais se destacou em Porto Alegre nessa área, especialmente em vistas da nossa Cidade e, também, de figuras humanas.

Então, todos os anos, quando a Câmara chama os jovens porto-alegrenses para disputarem a mostrar as belezas da nossa Cidade, o nosso Sioma é lembrado de forma correta, de forma digna, porque ele foi um professor para todos aqueles que quiseram aprender fotografia em preto e branco. Mas eu, realmente, teria curiosidade de saber o que ele diria dessas máquinas que aí estão, hoje, que nos fotografam e, na mesma hora, já sabemos o que é que saiu.

Nós também queremos cumprimentar os vencedores do Concurso, esperando que, a cada ano, nós tenhamos melhores fotografias, e que os vencedores de hoje procurem aprimorar mais ainda, porque para fotografar em preto e branco e dar expressão à fotografia, tem de, realmente, ser artista. E nisso o Sioma foi uma figura extraordinária, um mestre, e nós lembraremos dele por muito tempo, porque nas comemorações do aniversário da Câmara Municipal, agora com 231 anos, ele estará sempre presente no nosso meio. Muito obrigado. Saúde e PAZ! (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço as palavras do Ver. João Antonio Dib.

Convido o Ver. Ervino Besson, Secretário da Mesa Diretora, para entregar ao 1º colocado no Concurso, o fotógrafo Paulo Garrido, a premiação: a Medalha e o Diploma.

 

(Procede-se à entrega da premiação.) (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Neste momento, eu convido o Ver. Luiz Braz para entregar a premiação ao 2º colocado, o fotógrafo César Luís Pacheco Glöckner: a Medalha e o Diploma.

 

(Procede-se à entrega da premiação.) (Palmas).

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Neste momento, convido o Ver. Guilherme Barbosa para entregar ao 3º colocado no Concurso, o fotógrafo Domingos de Almeida Martins Costa, a Medalha e o Diploma desse Concurso.

 

(Procede-se à entrega da premiação.) (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Neste momento, convido para receber a Medalha e o Diploma de Menção Honrosa os fotógrafos Cláudio Fonseca, Antônio Sérgio de Sena Vaz e Wanderlei Oliveira, que serão entregues pelos filhos de Sioma Breitman, Irineu e Samuel.

 

(Procede-se à entrega da Medalha e do Diploma de Menção Honrosa.) (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Convido para receber o Diploma os fotógrafos que tiveram seus trabalhos selecionados para a exposição fotográfica. Convido o Sr. Jorge Lúcio Domingos e o Sr. Walter Firmo de Oliveira Cruz, também comunicando que foram selecionados Jorge Luiz Leão Machado, Júlia Rocha Baptista, Marcelo Testa, Mauro Schaefer, Miriam Marroni, Nivaldo Borges Granetto, Pedro Henrique Requena Gómes e Ricardo Moure.

 

(Procede-se à entrega da Medalha e do Diploma.) (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Sr. Irineu Breitman está com a palavra.

 

O SR. IRINEU BREITMAN: Em primeiro lugar, meu agradecimento de todos os anos pela homenagem ao nosso pai. Aproveito o ambiente da Semana da Pátria para fazer um reparo, pois sempre que se fala no nosso pai é “um fotógrafo que veio da Ucrânia”, mas assim que chegou, integrou-se ao Brasil, naturalizou-se logo que pôde, e a nossa formação toda é brasileira; não temos a mínima informação do que é a Ucrânia, da língua, dos hábitos nem nada, isso graças à integração e à nacionalização que o nosso pai teve logo que chegou ao Brasil, do qual nós somos o produto, com muito orgulho, e tenho a oportunidade, justo na Semana da Pátria, de fazer esse reparo. Gostaria que chamassem o fotógrafo Sioma Breitman de brasileiro, pois ele viveu a vida toda aqui. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço pela presença de todos e dou por encerrada esta solenidade de premiação aos vencedores do Concurso Sioma Breitman “Brasileiro” de Fotografia, informando que a exposição fotográfica está aberta à visitação no Salão Adel Carvalho, desta Casa, até o dia 30 de setembro. Obrigado a todos e a todas. Suspendo a Sessão por um minuto para as despedidas.

 

(Suspende-se a Sessão às 14h32min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 14h33min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra.

 

O SR. BETO MOESCH (Requerimento): Srª Presidenta, nós sugerimos a inversão da ordem dos trabalhos, para passarmos, de imediato, ao período de Grande Expediente, a fim de assinalarmos o transcurso do 25º aniversário da regulamentação da profissão de Biólogo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Beto Moesch. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

Passamos ao

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje, o período de Grande Expediente é destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário da regulamentação da profissão de Biólogo, nos termos do Requerimento nº 093/04, de autoria do Ver. Beto Moesch.

Eu convido para compor a Mesa dos trabalhos, a Srª Ana Elisabeth Carara, representante do Conselho de Biologia; a Srª Vera Pitoni, representante do Sindicato dos Biólogos; o Sr. Ludwig Buckup, Conselheiro da 1ª Gestão do Conselho Federal de Biologia.

O Ver. Beto Moesch, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. BETO MOESCH: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes, Srª Ana Elisabete Carara, representante do Conselho de Biologia - não só representante, mas Presidente do Conselho Regional de Biologia, que congrega os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -; Srª Vera Pitoni, Presidente em exercício do Sindicato dos Biólogos; Dr. Ludwig Buckup, Conselheiro da 1ª Gestão do Conselho Federal de Biologia, o qual, durante muito tempo, destacou-se como Presidente do SBPC no Estado do Rio Grande do Sul, demais Biólogas e Biólogos aqui presentes. A Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979, regulamentou as profissões e as atividades do Biólogo e do Biomédico, criando o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina com a finalidade de fiscalizar o exercício das profissões definidas pela respectiva Lei.

Já em 1965, formou-se, aqui, no Estado do Rio Grande do Sul a Associação dos Naturalistas do Estado do Rio Grande do Sul, que depois se constituiu na Associação dos Biólogos, e é justamente essa Associação dos Naturalistas - embrionária do Sindicato dos Biólogos do Rio Grande do Sul - que nós também homenageamos, até porque o Sindicato e o Conselho dos Biólogos fazem um trabalho em parceria, que, aliás, não é o comum nas demais entidades de classe. Eu, por exemplo, como advogado, o Conselho, Ver. Luiz Braz, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Sindicato não conseguem estabelecer uma parceria. Com os Biólogos acontece bem o contrário, há a total integração do Sindicato e do Conselho dos Biólogos. E o nosso Conselho, o Conselho Regional de Biologia, sediado em Porto Alegre, congrega os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Portanto, também é uma satisfação para nós, Porto Alegre, sediar o Conselho Regional de Biologia que é a profissão do século XXI. Os Biólogos, até há pouco tempo, eram considerados profissionais de segunda categoria, me desculpem dizer, mas eram assim considerados. Não se priorizava a profissão do Biólogo. Mas com os novos tempos, com a comunidade científica, na sua unanimidade, principalmente a partir dos anos 60, anos 70, mostrando que se nós continuássemos a nos desenvolver da forma que nos desenvolvíamos, sem preocupação com os recursos naturais, sem se desenvolver de forma racional, sem nenhuma sustentabilidade, nós estaríamos comprometendo a nossa própria sobrevivência, o que não dizer da nossa qualidade de vida.

Portanto, cada vez mais surge a importância fundamental do profissional da Biologia, que é justamente o profissional que concentra os estudos das outras formas de vida, dos recursos naturais, dos quais o ser humano, embora não se desse conta durante o desenvolvimento da sua história, faz parte. Nós estamos no planeta Terra, que é, por si só, um ser vivo. Aprendi com os biólogos aquilo que não consegui aprender na minha formação: de que uma sociedade que trabalha de forma estanque, mas que não se dá conta de que nós vivemos num sistema, nesse ser vivo que é o planeta Terra, e que se nós comprometermos as demais formas de vida, nós estaremos nos comprometendo, porque fazemos parte desse sistema. E quem realmente domina o conhecimento das demais formas de vida são os Biólogos e as Biólogas.

Portanto, é um profissional cada vez mais importante; um profissional que, ao adentrarmos o século XXI, se destaca como um profissional prioritário para qualquer atividade humana, seja qual for. Não existe, pela legislação vigente no Brasil, como estabelecer uma atividade sem licença ambiental. Qualquer atividade sem licença constitui-se crime, e ali deve estar o Biólogo, ali deve estar a Bióloga para, justamente, orientar a licença ambiental dessa respectiva atividade. Cabe ressaltar que, para dar garantias a esse profissional, surgem, cada vez mais fortalecidos, o Conselho e o Sindicato dos Biólogos, que têm participado da elaboração das leis federais, estaduais e do Município de Porto Alegre no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, a legislações relativas à preservação do meio ambiente, estando sempre presentes para colaborar com o Poder Público em nome de toda a sociedade. Profissionais abnegados e, acima de tudo, por defenderem a vida, são eminentemente profissionais idealistas e, sem eles, nós jamais poderíamos desempenhar um trabalho, uma atividade humana qualificada, comprometida com a qualidade de vida das presentes e futuras gerações.

Portanto, nós queremos registrar aqui, a Câmara de Vereadores que aprovou esta homenagem por unanimidade, o agradecimento da população de Porto Alegre ao trabalho do Conselho e do Sindicato dos Biólogos, e fazer parte das homenagens aos 25 anos da regulamentação desta profissão imprescindível para a nossa vida: o Biólogo e a Bióloga. Parabéns! (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Beto Moesch pelas palavras.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Exma Srª Presidente, Verª Margarete Moraes, e Srs. Vereadores.(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O meu ilustre colega de Bancada, Ver. Beto Moesch, está realmente de parabéns por homenagear a profissão de Biólogo, e eu, como sou casado com uma Bióloga há 39 anos, não poderia deixar de homenagear a minha esposa e também homenagear o ilustre Ver. Beto Moesch pela importância desta cerimônia, neste Grande Expediente, ressaltando a profissão de Biólogo.

Eu conversava com o nosso grande Ver. João Antonio Dib, e nós dois discutíamos a respeito de como é difícil falar sobre uma coisa que nós não entendemos; o Ver. João Antonio Dib é Engenheiro e eu sou Contador. Então, sinceramente, fica difícil falar sobre uma coisa que a gente pouco conhece. A minha esposa cursou História Natural, em 1963, e depois cursou Didática para poder lecionar. Eu me lembro, quando ainda éramos namorados, éramos noivos, de que eu a ajudava a datilografar os trabalhos - naquele tempo não existia o tal de computador -, e ficava assim obrigado a acompanhar as matérias. Depois, minha esposa cursou Especialização em Genética e foi convidada a fazer o Mestrado, mas já estávamos casados, já tínhamos dois filhos, e ela optou pela família em vez da profissão. Então, perdemos uma grande pesquisadora em genética, mas ganhamos uma grande mãe de família. Ela continuou como professora no Estado, sempre na área de Ciências Físicas e Biológicas. Lembro-me de que fazíamos trabalho de paleontologia - meu Deus do céu! -, genética animal, vegetal e humana, que hoje está tão ressaltada com os assuntos da bioética, da transferência de genes - esses detalhes que não entendo muito.

Queria, Ver. Beto Moesch, em nome da sua Bancada, Partido Progressista - que o Ver. Beto Moesch compõe, juntamente comigo, com o Ver. João Antonio Dib e com o Ver. Pedro Américo Leal -, cumprimentar todos os Biólogos do nosso Estado, especialmente os da nossa Capital, e as pessoas que dedicam seu tempo a congregar os Biólogos nos seus Conselhos, nos seus Sindicatos -, isso é muito importante. Uma profissão, como disse o Ver. Beto Moesch, de extremo futuro, porque, realmente, o futuro da humanidade passa pela Biologia, passa pela pesquisa, passa pelo desenvolvimento. Quantas doenças poderiam ser evitadas se nós déssemos mais atenção à pesquisa biológica.

Portanto, Ver. Beto Moesch, meus cumprimentos. Srª Ana Elisabete Carara, Srª Vera Pitoni, Sr. Ludwig Buckup, muito obrigado pelo trabalho que vocês fazem em prol da sociedade, porque defendendo os Biólogos, congregando-os, estimulando a nossa juventude a ingressar nessa profissão, nós teremos uma civilização muito melhor. Parabéns, meus cumprimentos, continuem sempre com essa fortaleza, e que Deus, o Criador de toda essa nossa biologia, continue abençoando-os. Parabéns! (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Srª Ana Elisabeth Carara, Conselheira-Presidente do Conselho Regional de Biologia, composto pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 3ª Região, está com a palavra.

 

A SRA. ANA ELISABETH CARARA: Boa-tarde a todos! Gostaria de agradecer, em nome do Conselho Regional de Biologia, por esta oportunidade; também à Presidenta da Câmara Municipal, Verª Margarete Moraes, aos demais componentes da Mesa, minha colega Presidente do Sindicato dos Biólogos, Vera Lúcia Pitoni, Dr. Ludwig Buckup, Biólogo - entre tantas outras atividades desenvolvidas, vencedor do Mérito de Biologia da Trajetória Profissional, no ano de 2000, um Prêmio que o Conselho Regional de Biologia concede de 4 em 4 anos -, e agradecer, em especial, a todos os Vereadores presentes, em nome do Ver. Beto Moesch, que muito contribui para a sociedade com a sua luta na área ambiental e com a ajuda de todos os profissionais que lutam em prol desse grande problema que é o meio ambiente. Agradeço, também, aos demais presentes e, em especial, também, aos meus colegas biólogos, atuais e ex-Conselheiros, que prestam seus serviços nessa congregação profissional que muito nos orgulha; agradeço por poder estar aqui, hoje, recebendo esta homenagem.

Eu só gostaria de deixar algumas informações com relação à nossa profissão: ela completa 25 anos de regulamentação no dia 03 de setembro, que já começamos a comemorar hoje; os Biólogos começaram a ser formados 40 anos antes da regulamentação, em 1979, através do curso de História Natural. Essa regulamentação veio do fruto, como bem mencionou o Ver. Beto Moesch, de associações de Biólogos e grupos de professores e estudantes que lutaram na busca do reconhecimento e do esforço das esferas do Executivo e do Legislativo Federal, que regulamentaram a nossa profissão. Dessa forma, pudemos constituir os nossos Conselhos Federal e Regional de Biologia e, através dos quais, oferecemos serviços à sociedade. É através do Conselho que nós emitimos documentações de responsabilidade técnica para que os serviços possam ser prestados com toda a confiança e a certeza de que os profissionais estão atuando de forma legal, comprometidos com a sua formação, trazendo, assim, um benefício para todos nós.

Ocorreu-me, quando o Ver. Beto Moesch estava fazendo uma comparação com as demais profissões, um fato que cada vez mais tem acontecido no nosso dia-a-dia profissional, nas várias áreas em que atuamos, desde o meio ambiente, como na saúde, na agricultura, biotecnologia, educação, entre outras, que, cada vez mais, os Biólogos estão trabalhando integrados a outras profissões. Os Biólogos são muito importantes no seu estudo, na investigação das áreas, mas eles também não poderão fazer nenhum tipo de milagre ou mudança nessa trajetória da utilização dos recursos. E com relação à poluição se não estivermos trabalhando integrados com as demais profissões, como, por exemplo, com a área do nosso ilustre Vereador, a área do Direito, que muito nos contempla com o Direito Ambiental - a colaboração do Vereador é principalmente na política estadual do meio ambiente, com todo o trabalho que ele vem fazendo no Município de Porto Alegre.

Então, nós temos esse perfil de profissionais, que atuam junto com os demais, querendo que, cada vez mais, outras profissões se unam a nós nesse trabalho de luta pelo meio ambiente em prol de uma melhor qualidade de vida para toda a sociedade.

E não é necessário ter conhecimentos específicos dos termos técnicos; cada um na sua área, dentro do seu conhecimento, dentro da sua técnica, todos nós podemos e devemos contribuir na busca de uma melhor qualidade de vida.

Agradeço mais uma vez. O nosso Município está de parabéns! Eu me sinto orgulhosa de termos a nossa sede aqui nesta Cidade! Obrigada a todos. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço as palavras da Srª Ana Elisabeth Carara.

A Srª Vera Pitoni, Presidenta do Sindicato dos Biólogos, está com a palavra.

 

A SRA. VERA PITONI: Boa-tarde! Em primeiro lugar, eu gostaria de saudar a Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Exma Verª Margarete Morais; o Exmo. Ver. Beto Moesch, em nome de quem saúdo a todos os demais Vereadores presentes; a Presidente do Conselho Regional de Biologia da 3ª Região, Bióloga Ana Elisabete Carara; o Biólogo Ludwig Buckup, Conselheiro da 1ª Gestão do Conselho Federal de Biologia; os Biólogos presentes, autoridades e demais presentes.

É com muita emoção e profundamente sensibilizada que agradeço por esta grande homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre, em especial ao Ver. Beto Moesch por sua proposição, em nome do Sindicato dos Biólogos do Rio Grande do Sul. Cabe ressaltar que muito nos honra e conforta, como profissionais da área ambiental e da saúde, pelas quais perpassa a educação, termos um representante tão atuante e competente nas questões relacionadas às áreas mencionadas em nossa cidade de Porto Alegre, como o Ver. Beto Moesch.

Não minimizando a importância das demais demandas sociais e econômicas, a nosso ver, e pelas manifestações da natureza às intervenções do homem em nosso planeta globalizado, se, em curto espaço de tempo, o meio ambiente não for priorizado por todos, certamente, muito antes do que possamos imaginar, não haverá mais condições para a existência de vida na terra.

Na trajetória da categoria profissional do Biólogo essa ameaça potencial é uma realidade constante.

Duas décadas e meia passaram-se, desde o não muito distante, mas significativo, dia 03 de setembro de 1979, quando a profissão de Biólogo foi criada pela Lei nº 6.684, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 8.438, de 28 de junho de 1983, alterado pela Lei nº 7.017, de 30 de agosto de 1983. Uma conquista também batalhada pelo nosso Sindicato dos Biólogos.

Cabe lembrar que o Sindicato dos Biólogos do Rio Grande do Sul originou-se da Associação dos Naturalistas do Rio Grande do Sul, criada em 1965, e, que, portanto, tem uma existência de quase 40 anos.

Os diplomas legais que consolidaram a qualidade do exercício da profissão de biólogo, como a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, para atuação como autônomo em projetos, serviços temporários; do Termo de Responsabilidade Técnica – TRT, para atuação como empregado, servidor, sócio, proprietário de pessoa jurídica e o Título de Especialista, com base na habilitação ou experiência profissional, assim como o Código de Ética, constituem ferramentas balizadoras da qualidade mencionada.

A aula inaugural “Entendendo a Profissão”, parceria entre o CRBIO3 e o Sindicato dos Biólogos, desde 1999, é realizada todos os anos, estendendo aos acadêmicos de Biologia o conhecimento do exercício da profissão e a possibilidade de planejamento de sua formação.

É nossa opinião que somente a interação entre as entidades de classe e a continuidade de suas existências, representando a sociedade organizada, agregados ao diálogo constante com os parlamentares, às instituições de ensino superior e demais empresas e organizações públicas e privadas na área da Biologia, será possível a continuidade de um trabalho eficiente e eficaz como contribuição da categoria para um País melhor para todos.

A diversidade de idéias e a opinião da maioria, certamente, serão revertidas em ações efetivas e representativas, agregando decisões com bom senso para a obtenção de resultados satisfatórios visando melhor ao servir dos Biólogos à sociedade. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradecemos a presença da Srª Ana Elisabeth Carara, da Srª Vera Pitoni e de todos os Biólogos e Biólogas que prestigiaram, no período de Grande Expediente, esta homenagem. Parabenizo o Ver. Beto Moesch e os Biólogos pela responsabilidade da sua profissão, sobretudo no que diz respeito à preservação de um futuro possível e saudável para os nossos filhos e nossos netos. Muito obrigada. Damos por encerrada esta homenagem.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde a todos, Verª Margarete Moraes, nossa Presidenta, colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, principalmente os componentes da categoria da Biologia. Venho a esta tribuna comentar uma iniciativa da nossa Prefeitura de grande sucesso na sua implementação. Tenho acompanhado vários desses eventos e, realmente, me parece uma iniciativa importantíssima, e tem-se notícia também que se amplia pelo País inteiro com a coordenação do Governo Federal. Eu me refiro ao Projeto chamado de Telecentro, que tem o acompanhamento da nossa Prefeitura, da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana, e, também, da nossa Empresa de Processamento de Dados, a Procempa.

O Telecentro - e amanhã, nós teremos a implementação do 26º na nossa Cidade - é um espaço em que se instalam cerca de 10 a 12 microcomputadores numa integração entre a Prefeitura de Porto Alegre, associações de moradores de determinadas regiões da Cidade, e com um terceiro parceiro que se agrega, cedendo os equipamentos para esse espaço. Então, a comunidade procura um lugar para que se possa estabelecer o Telecentro; a Procempa instala toda a infra-estrutura - os cabos, enfim, as ligações - para esses microcomputadores; e um parceiro, cujas origens são variadas. Agora mesmo, por exemplo, um parceiro que tem-se repetido muito e trabalhado muito com a Prefeitura de Porto Alegre é o Banco do Brasil, que pretende, no País inteiro, instalar, ainda este ano, cerca de mil Telecentros. Há também o pagamento de alguns monitores, pessoas - normalmente, jovens - da comunidade que já possuem conhecimento básico de computação. Nesses locais, são dados cursos para nossa juventude, para nossas crianças e, também, para adultos, Ver. João Dib, e é um sucesso.

Eu tenho dito que esse programa, que é da Prefeitura, mas que também é da comunidade e de parceiros de fora da Prefeitura, das associações, é um sucesso absoluto. Não há horário disponível para todas as pessoas - normalmente, crianças e adolescentes - fazerem os cursos que ali são ministrados, gratuitamente, com a orientação, repito, e supervisão da nossa grande empresa de processamento de dados do Município, a Procempa, que, aliás, foi reconhecida agora como uma das quatro maiores empresas na qualidade no País.

E, então, nós vemos situações impressionantes; há casos inclusive de vila popular em que a pessoa não tem o CEP, não tem o endereçamento no Correio pela dificuldade da regularização da área, mas, ao mesmo tempo, a pessoa, aquele pequeno cidadão, a criança, o adolescente, tem o endereço eletrônico. Já tivemos casos de uma comunidade que foi visitada por uma comitiva de um outro país, nesses telecentros, e uma criança perguntou - conseguiu ter sua pergunta traduzida para um dos visitantes - se ele tinha um e-mail, porque logo em seguida ele iria mandar um e-mail para aquela pessoa que estava aqui visitando o nosso País.

Então, é um crescimento enorme, porque nós sabemos, hoje, que quem não tem um conhecimento básico da computação, quem não sabe digitar, ao menos, quem não sabe trabalhar um pouco com microcomputador, dificilmente vai entrar no mercado de trabalho. Então, essas pessoas saem da exclusão digital, como nós dizemos, têm a possibilidade do lazer, têm a possibilidade de aprender os rudimentos da área computacional, buscam uma gama enorme de informações, e têm uma possibilidade avançada de comunicação.

 

A Srª Helena Bonumá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, agradeço pelo aparte. Só quero salientar que nesse Programa Telecentro, a Prefeitura está migrando, agora, para o software livre, ou seja, os que estão sendo implantados agora já são software livre, e os antigos, que começaram em 2001, então, estão progressivamente sendo migrados para o software livre. E isso é mais um elemento, além das questões que V. Exª está colocando, que é o fato de que abre um espaço para trabalhar a questão do conhecimento, da pesquisa, da criação, para esses jovens que, de outra forma, não teriam essa possibilidade.

Portanto, também é importante do ponto de vista da socialização do conhecimento, do ponto de vista de estar passando para essa comunidade um outro instrumental que permita a eles estarem interagindo com a tecnologia da informação de uma forma mais adequada à sua realidade, com todo o potencial a ser desenvolvido para si próprio e para a comunidade.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito. Agradeço pelo aparte. E, realmente, quando se começou a discutir a possibilidade de sair do software fechado, de um pacote fechadinho que nós conhecemos - não quero dizer o nome do proprietário, todos sabemos que é um bilionário mundial - parecia coisa de alguns louquinhos. Mas, hoje, já sabemos do suporte técnico, das grandes possibilidades do chamado software livre, que não cria dependência nenhuma de um determinado fabricante. Aliás, a Prefeitura de Porto Alegre, coordenada pela nossa Procempa, encaminha essa possibilidade de, depois, toda a Prefeitura estar trabalhando com software livre.

Depois de tudo que dissemos, também é de destacar que esses espaços, mais um espaço que a nossa Prefeitura de Porto Alegre cria com a comunidade, é um local, Ver. Dib, de grande potencial para retirar o nosso jovem da rua. No momento em que ele não está na escola, ele tem esse outro espaço de aprendizagem, de desenvolvimento, de tecnologia avançada, que vai permitir o acesso mais fácil ao mercado de trabalho.

Portanto, quero transmitir essa alegria, porque, amanhã, a Procempa, a Prefeitura, enfim, na Ilha da Pintada ou dos Marinheiros - não lembro bem -, um local de muita pobreza, vai estar colocando mais um espaço dessa magnitude, com um outro parceiro, para que a gente tenha a possibilidade de integrar uma série de crianças e adolescentes. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Vereadores, Vereadoras, amigos do Canal 16, quero endossar, aqui, o material da Presidenta da Casa, Verª Margarete Moraes, a respeito da manchete de jornal que diz que “O que o Vereador mais faz é dar nome de rua”.

 (Lê.) “Infelizmente, esse é um exemplo de como se pode fazer mau uso da liberdade de expressão. Valer-se dessa liberdade para deturpar o sentido da democracia, para desmerecer a nossa conquista pela representatividade parlamentar, não contribui em nada para o esclarecimento da população. A sugestão subliminar que a referida reportagem transmite é de que o Legislativo Municipal é dispensável. E tal idéia pode, até, desmotivar os cidadãos a exercerem o sagrado direito de eleger os seus representantes.Portanto, cuidado! A liberdade de expressão é uma grande conquista da nossa sociedade. No entanto, o direito à informação clara e precisa para que se possa formar uma opinião também é um direito inquestionável”.

Assina a Presidenta Margarete Moraes, e eu estou assinando junto, porque é exatamente o que eu penso.

Vereador não está aqui só para dar nomes de ruas. Mas isso também, sim, porque dar nomes às ruas de Porto Alegre é regularizar o trabalho para os carteiros, dando identidade residencial ao cidadão.

Essas manchetes maldosas, que seguidamente pintam em jornais sensacionalistas, não me abalam e muito menos a Casa, que sabe da sua real importância na vida da Cidade.

Pois esta Casa, que, às vezes, não é respeitada como deveria, está em festa com a passagem do seu ducentésimo trigésimo primeiro ano de vida. Uma vida voltada para Porto Alegre e para toda a sua gente. Todos nós estamos muito felizes por estarmos inseridos nessa história, e vamos continuar labutando e fazendo da Câmara Municipal de Porto Alegre um motivo de orgulho para a política gaúcha e brasileira.

Mas eu vou a alguns fatos que quero destacar neste espaço do Grande Expediente. O Governador Germano Rigotto evitou que o Tribunal de Justiça do Estado desse mais um passo à partidarização de seus membros, escolhendo para ser novo Desembargador o Professor Antonio Maria Rodrigues de Freitas. Antonio Maria, de 46 anos, é advogado há 21 anos, é natural de Cachoeira do Sul, professor de graduação e pós-graduação na Universidade de Caxias, UNISC de Santa Cruz, UNIFRA de Santa Maria e Unisinos de São Leopoldo. O Governador Rigotto fez a melhor escolha, dando equilíbrio ao Tribunal de Justiça do Estado.

Nesta tribuna eu quero fazer um pedido, em nome do povo; um esclarecimento. A briga com os camelôs se arrasta por anos e anos, sem que se dê a ela uma solução. Embarra-se em questões políticas, em má vontade de alguns camelôs, na infiltração de camelôs que não são camelôs, e por aí vai. A pergunta que venho fazer aqui é quanto pagam os Partidos políticos que armam barracas e vendem quinquilharias desses Partidos: chaveiros, bótons, bandeiras, canetas, bonés, camisetas, etc., uma verdadeira feira de artigos para jovens e crianças. E eu estou aqui perguntado quanto esses Partidos recolhem aos cofres públicos da Prefeitura, em forma de impostos, para estarem nos espaços dos camelôs, vendendo motivos partidários. É um direito meu de perguntar, em nome do povo que pediu que eu fizesse isso.

Em tempo: quero dizer que eu tenho uma barraca na Praça XV, mas não vendo absolutamente nada.

Eu gostaria que o Cassiá estivesse aqui, mas vou falar da mesma forma, porque está redigido o discurso, e fica aí esse pronunciamento.

O Ver. Cassiá Carpes, eu não sei os motivos, alfineta aqui nesta tribuna os políticos que trocaram de Partidos. Sem saber os motivos que levam esses políticos a trocar de Partidos, falando por falar, ele ataca os seus companheiros de trabalho, numa disputa que eu não consigo entender bem porquê. Pois bem, depois de várias vezes ouvir quieto o que diz o Ver. Cassiá, resolvi deixar aqui algumas perguntas, que ele pode responder se quiser, não é obrigado.

Quando o Ver. Cassiá disputou uma cadeira de Deputado pelo PFL - Partido da Frente Liberal, o que é que ele pensava mesmo a respeito de Getúlio e Pasqualini? Quando o Ver. Cassiá Carpes pertenceu ao PDT, o que é ele pensava mesmo a respeito do trabalhismo?

E, se ao colocar na sua cédula - o chamado santinho - que ele não é um político que troca de Partido, o que é que o PFL e o PDT significaram na vida política dele?

Para quem me conhece ao longo de trinta anos, peleando pelos microfones da vida, sabe que não guardo mágoas. Respondo a acusações, não alimento ódios e nem rancores, mas fui acostumado pelo meu pai a conviver apenas com aquelas pessoas que eu julgo que são pessoas de bem.

E, aconteça o que acontecer – acreditem - neste plenário, nesta tribuna, eu não falo mais neste assunto.

Quando entrei com um Projeto nesta Casa para mudar de local a estátua do Laçador, fui bombardeado pelos conservadores, que não entenderam o meu Projeto como um projeto futuro, de necessidade da Cidade. Bastaria olhar o Projeto da Prefeitura Municipal, que se saberia que, no futuro, no local onde se encontra a estátua do Laçador, o maior símbolo da Cidade - e por que não dizer do Estado? - passaria um viaduto. Um viaduto, que é exigência do crescimento da cidade de Porto Alegre.

Agora, o Prefeito determina a retirada do Laçador daquele local, e procura uma visibilidade maior para a peça, que identifica a nossa gente. O Laçador dá passagem ao progresso, e vai ganhar um novo espaço mais visível, mais valorizado ainda. E aqueles que criticaram o meu Projeto, aquele meu pedido de retirada do Laçador do local em que se encontra, da próxima vez irão ler com mais atenção os Projetos que tramitam nesta Casa.

É a mesma história do muro da Mauá, que mais cedo ou mais tarde será alterado.

O atraso do homem ainda advém da falta de uma projeção maior no futuro. E, exatamente por isso, as coisas, às vezes, ou na maioria das vezes, demoram a serem feitas. Afora, é claro, os interesses político-partidários que permeiam os Projetos junto ao labirinto da burocracia e do faz-de-conta. Estátua do Laçador num local mais visível ainda, dando passagem ao necessário viaduto, neste progresso que experimenta a nossa Cidade desde quando ela nasceu! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Helena Bonumá está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, aproveito o meu tempo de Grande Expediente para comentar sobre a inauguração, amanhã à tarde, na Ilha Grande dos Marinheiros, do 26º Telecentro de Porto Alegre. A política de telecentros é uma política desta quarta gestão da Administração Popular, que começou na Procempa - nossa companhia de processamento de dados -, com o objetivo de desenvolver um processo de inclusão digital. Portanto, dentro das políticas de inclusão da Prefeitura Municipal, passou-se a trabalhar a idéia da inclusão digital, criando-se nas comunidades espaços informatizados, com computadores, acesso à Internet, impressoras, com monitoria, a partir da escolha da própria comunidade. Assim, a comunidade pode ter acesso à tecnologia da informação, aos computadores, à rede, à Internet, e, a partir daí, qualificar mais a sua vida, seja em relação ao trabalho, a estudos, a negócios, enfim, à vida da comunidade.

Esse projeto, que num primeiro momento, teve um enfoque no sentido da inclusão digital, num segundo momento passa a se qualificar. E, com a criação da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana, no ano passado, ele passa a integrar uma estratégia do Governo Municipal de prevenção e de combate à violência nas nossas comunidades, qualificando esse espaço do Telecentro, para que não seja apenas um lugar de acesso à informática, à tecnologia, mas que também seja um espaço qualificado a partir do qual a comunidade possa ter mais acesso aos programas da Prefeitura, às políticas municipais e também que tenha a qualificação para a sua ação - ação comunitária, ação individual, ação coletiva como comunidade.

Dentro dessa estratégia de prevenção e de combate à violência, principalmente buscando atingir os nossos jovens com essa política de inclusão digital, nós sabemos da importância para os jovens de políticas alternativas que criem, de fato, possibilidades de vida, de lazer, espaços de recreação, espaços de convivência para a nossa juventude, e os telecentros têm sido um espaço desse tipo, além de estar qualificando e ligando a nossa juventude, principalmente o nosso cidadão e a nossa cidadã, ao mundo inteiro, através da rede da Internet.

Nós estamos de parabéns na nossa Cidade, pois essa política de telecentros tem se notabilizado. Há algumas questões que são importantes de a gente ressaltar, e uma delas é o processo de parcerias na gestão com a comunidade local onde o telecentro é instalado. Isso quer dizer o quê? Isso quer dizer que a gestão não é da Prefeitura; a Prefeitura cria os meios, cria as condições, dá o aporte técnico e dá o acompanhamento, através da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, para a qualificação daquele espaço e para a própria gestão, mas a gestão é feita por um Conselho Gestor, do qual a Prefeitura faz parte, mas majoritariamente a representação é da comunidade, que é quem gerencia aquele espaço; e os monitores, que também são escolhidos pela própria comunidade.

Portanto, é mais um espaço de participação da comunidade, é mais um espaço de construção de uma política pública que inclui; e é um espaço também que nos coloca em pleno terceiro milênio, incorporando na vida das nossas comunidades a possibilidade concreta de acesso e de uso da tecnologia da informação, com aquela questão importante que salientei quando o Ver. Guilherme Barbosa usava a tribuna, que é a migração para o software livre - que debatemos nesta Casa, sobre a possibilidade de utilização da rede pública, a partir de um projeto de minha autoria, mas que foi trazido a esta Casa pelo Movimento Nacional do Software Livre, e foi também debatido com o setor empresarial, que tem apoiado também a experiência do telecentro, que participa do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, e que também está preocupado com a questão da inclusão digital. Podemos dizer que, do ponto de vista da socialização da tecnologia da informação, a nossa Cidade tem dado passos importantes: em maio deste ano, realizou-se a 4ª Conferência de Ciência e Tecnologia, onde esse tema foi debatido e em que a inclusão digital permaneceu como uma das diretrizes para aprofundamento nos próximos anos na cidade de Porto Alegre.

Também quero fazer um comentário sobre matéria do jornal Zero Hora, de hoje, em que o nosso Secretário de Direitos Humanos e Segurança Urbana, Coronel Luiz Antonio Brenner Guimarães, faz uma avaliação de um conjunto de matérias publicadas pelo jornal Zero Hora e pela RBS em relação à segurança no Centro de Porto Alegre. É muito importante destacar dessa matéria um outro olhar sobre o que acontece no Centro da Cidade, um outro olhar sobre os problemas da segurança; problemas esses que a Prefeitura tem reconhecido, e que, de resto, são problemas que acontecem em todas as grandes cidades do mundo. Aqui no Brasil, em outras capitais brasileiras, é um problema recorrente muito grave. Não é o caso da cidade de Porto Alegre, mas aqui nós enfrentamos problemas desse tipo, que ocorrem em decorrência do crime organizado, requerendo uma ação e uma qualificação mais efetiva da polícia, um processo de investigação maior, para que se possa dar conta da rede que, no atacado, acaba promovendo essa extensão do crime no varejo e que, muitas vezes, perturba a vida da nossa Cidade.

Mas aqui em Porto Alegre nós temos apostado na capacidade das instituições, que estão articuladas com a comunidade, no sentido de dar resposta a esse problema. E a Prefeitura de Porto Alegre tem buscado, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana, integrar as ações.

Nós temos, também, o Programa Viva Centro, coordenado pela Secretaria de Planejamento, que reúne um conjunto de Secretarias e que atua na região central da Cidade.

Também quero destacar o papel da nossa Guarda Municipal, que, neste Governo, completou dois anos de atuação, aliás, completou um ano de atuação – o trabalho deles é tão importante que parece que faz mais tempo –, em julho deste ano, no centro da Cidade. A nossa Guarda foi requalificada para isso, passou por um processo de reestruturação interna e, hoje, acompanha a fiscalização do comércio ambulante no centro da Cidade.

Portanto, são várias as ações que fazem com que nós tenhamos um outro olhar sobre o Centro da Cidade, considerando-se, também, a criação do Conselho Municipal de Segurança Urbana. E, mais recentemente, a Secretaria constituiu, em parceria com o Governo Federal, o Centro de Referência às Vítimas da Violência, que funciona na rua José do Patrocínio, nº 607, na sede da Secretaria, e que, além de ser mais um espaço colocado à disposição da nossa Cidade para o atendimento às vítimas da violência, também faz uma integração entre as diferentes instituições que prestam serviço nessa área, no sentido de potencializar o trabalho de cada uma.

Portanto, nós podemos dizer que, do ponto de vista da segurança urbana, Porto Alegre tem-se tornado uma referência pelo trabalho que realiza. Nós sabemos que os Municípios não têm competência na área da segurança pública, mas, por meio das ações de prevenção e da parceria com a comunidade, e buscando a complementação entre os diversos órgãos que têm competência nessa área, que têm responsabilidade nessa área, nós estamos dando passos além do que tem sido a experiência das grandes cidades no Brasil. Portanto, mais uma vez, Porto Alegre está de parabéns! Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu tenho sido questionada por várias pessoas que acompanham os trabalhos do nosso Parlamento, de uma forma geral, sobre o trabalho desenvolvido pelas mulheres em nossa sociedade e do mundo todo. As questões aparecem tendo em vista que a imprensa brasileira ter noticiado muito uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Femininos sobre a questão da mulher, que divulgou um panorama nacional da candidatura das mulheres. Havia a expectativa de que nessas eleições de 2004, as mulheres participassem com uma representação mais expressiva do ponto de vista das candidaturas femininas. O fato de apenas ter crescido de 19% para 22% o número de mulheres que disputam essas eleições no Estado do Rio Grande do Sul, e o fato de o nosso Estado ter ficado abaixo da média nacional, fazem com que as pessoas se questionem sobre a participação das mulheres e as dificuldades que têm levado as mulheres a fazerem essa difícil opção pelo mundo público.

Eu acredito importante essa reflexão, porque, muitas vezes, as pessoas avaliam que a mera existência de uma lei, de uma ação reparadora que vem incentivar a participação de um segmento excluído de um processo político, econômico ou social é suficiente para resolver o problema. Nós que trabalhamos nessa área, sabemos que isso não é suficiente.

Portanto, eu queria responder um pouco a essa inquietude, a esse questionamento que faz a sociedade brasileira em relação ainda ao número pouco expressivo das mulheres que ousam disputar o espaço público.

Eu queria apenas lembrar que a representação feminina no mundo do poder é insignificante, independente desse mundo ser o mundo público, ser o espaço político ou ser o espaço de poder econômico. Se nós analisarmos, por exemplo, as principais instituições empresariais, financeiras ou políticas deste Estado, nós vamos ver que a ausência das mulheres nos cargos mais representativos, nos cargos de presidência, é uma freqüente. Por exemplo, nunca uma mulher presidiu a Assembléia Legislativa; nunca uma mulher presidiu a Fiergs; a Federasul, a Fecomércio, enfim, eu poderia responder a essa questão pela qual me param nas ruas dizendo que nós estamos num processo de empoderamento do contingente feminino nas instâncias de poder.

Se apenas 21% dos candidatos às Câmaras Municipais do Estado do Rio Grande do Sul é composto por mulheres, se apenas 21% dos candidatos é do sexo feminino, é porque vários entraves, várias circunstâncias sociais e econômicas tolhem a participação das mulheres e a decisão das candidaturas femininas. A ausência das creches, a falta de equipamentos sociais que permitam às companheiras das periferias a se desmembrarem, a saírem um pouco do seu espaço doméstico e a se ocuparem com outras atividades além das inúmeras responsabilidades que elas têm no seu dia-a-dia, evidentemente são entraves objetivos que dificultam essa participação. Porém, houve um crescimento; portanto, há motivos para comemorar.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande Expediente, por transposição de tempo com o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Verª Helena Bonumá, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores, no ano de 2002 o Município de Porto Alegre fez uma permuta, recebendo da CEEE esse imóvel situado aqui na frente da Câmara Municipal, do outro lado da Av. Loureiro da Silva, avaliado em seis milhões de reais, e deu para a CEEE dois milhões e meio em índices construtivos. Um negócio da China! Como é que quando está governando o Estado o Dr. Olívio Dutra, ele consegue, através da CEEE, passar para o Município de Porto Alegre, que era administrado pelo Dr. João Verle, um terreno no valor de seis milhões de reais e repassar para o Estado apenas dois milhões e meios em índices construtivos?

Nós fomos analisar aquela permuta e verificamos que há várias irregularidades, entre essas irregularidades, uma, Srª Presidenta, que esta Casa tinha por obrigação não deixar passar em branco. A nossa Lei Orgânica manda que no caso de permutas e, principalmente, quando o Município está recebendo algum imóvel, que a transação tenha de ser feita via votação desta Casa. E mais, nós fomos verificar, o processo foi feito sem que houvesse qualquer outro tipo de consulta. Sem licitação! Sem licitação! Nós entramos com uma Ação Popular, porque, afinal de contas, esse assunto, realmente, era muito grave. Por que o Município fazia aquele negócio sem consultar a Câmara, sem ouvir ninguém e, de repente, tudo quietinho, tudo por baixo dos panos - qual a intenção? Entramos com uma Ação Popular. Eu fui contestado na época, porque algumas pessoas me diziam: “Olha, mas o Município está ganhando. O Município recebe um imóvel de seis milhões e dá dois milhões e meio. Então está ótimo!”. Mas assim mesmo nós entramos com a Ação Popular. Olhem o que aconteceu nesta semana, notícia de todos os jornais da Cidade, está aqui no Jornal do Comércio (Mostra o jornal.), na página 7, de Economia, dizendo que a Ação Popular culminou com o pedido de exoneração da Diretora Jurídica da CEEE, a Dra. Magda Brossard Iolovitch, uma das advogadas mais eminentes que existem em nosso Rio Grande do Sul, que faz parte de uma das famílias de juristas mais importantes do nosso Rio Grande do Sul. A Dra. Magda disse o seguinte (Lê.): “Magda informa que o motivo da divergência foi quanto a uma Ação Popular levantada pelo Vereador porto-alegrense Luiz Braz que discute a legalidade de uma permuta de terreno da estatal para o Município de Porto Alegre. A área em questão, localizada na Rua Washington Luiz, próxima do prédio da Receita Federal, no Centro da Cidade, é de 15 mil metros quadrados. Magda defende que a postura da estatal na questão é lesiva”.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Essa permuta necessariamente teve de passar pela Câmara Municipal?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Deveria ter passado, mas não passou.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Isso é mais grave ainda, Vereador. Isso é mais grave. O Governo do PT deveria responder e muito seriamente. O fato de essa permuta não ter passado pela Câmara Municipal, sobretudo pelos valores que envolve, é extremamente delicado. Notadamente porque junto, atrelado a isso, criou-se a taxa de iluminação pública.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Uma das coisas que me surpreende é que todos nós no Município de Porto Alegre - e eu sou Vereador de Porto Alegre, eu tenho de defender o munícipe, o cidadão aqui de Porto Alegre - pagamos uma tarifa de energia elétrica, todos nós. E eu ouço falar todos os dias que a CEEE tem uma situação econômica das piores. A situação da CEEE, pelo que eu ouço, é muito ruim. A pergunta que eu faço, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores: como é que uma empresa que tem uma situação ruim, tão ruim como aquela divulgada com relação à CEEE, pode dar para o Município de Porto Alegre uma área de seis milhões, recebendo em troca apenas dois milhões e meio de índices construtivos? Qual é essa mágica? Por que o cidadão tem de pagar por isso?

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a possibilidade, Ver. Braz. Veja V. Exª: se o raciocínio da advogada estivesse correto, então significaria que o restante da diretoria da empresa e o Governador Germano Rigotto estariam de acordo com essa maracutaia, entre aspas, que V. Exª está acusando. Obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Essa maracutaia começou lá no Governo Olívio Dutra, foi entre o Governo Olívio Dutra e o Governo João Verle. Realmente, Ver. Guilherme Barbosa, não poderia usar esse termo, apenas o estou repetindo, porque V. Exª assim afirmou do microfone de apartes. Eu não usaria o termo maracutaia, mas V. Exª usou e V. Exª quando usa esse termo está-se referindo aos Governos que foram presididos pelo Partido de V. Exª - o Governo Olívio Dutra e o Governo João Verle. Foram esses dois Governos que transacionaram, entre si, essa área.

Só para finalizar, Ver. João Dib, olha a afirmação que se faz com referência a tributos: essa avaliação de seis milhões de reais desse terreno foi apenas para fins de IPTU. Ora! Quer dizer que temos uma avaliação - aí o cidadão tem de ficar com os olhos abertos! - para fins de IPTU e outra avaliação para venda de imóveis? Aí se contraria completamente a legislação também! Mas, vamos ver, estamos acompanhando de perto; essa nossa Ação Popular está sendo julgada e vamos ver até onde vamos chegar!

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado Ver. Luiz Braz. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não vou discutir a transação da Prefeitura com a CEEE, mas é muito bom viver para, de repente, sentir: “Olha, naquele dia eu estava certo e os meus pares disseram que eu estava errado”. Quando a Prefeitura comprou do INSS, com financiamento, o prédio de 15 andares onde hoje se instala a SMIC e a SMED, não tinha a metragem quadrada do terreno, não tinha a área do edifício, não tinha nada, e a Câmara disse que estava certa, eu é que estava errado. Bom, mas, de qualquer forma, a vida é muito simples, basta que se saiba vivê-la.

Eu gosto de dar livros, e esse livro aqui: "O Poder do Vereador", (Mostra o livro.) eu devo ter distribuído nesta Casa umas duas dezenas dele. Ele diz assim (Lê.): “Seja um fiscal consciente do dinheiro público. Essa é mais importante responsabilidade do Vereador”. Ele dedica aqui um capítulo inteiro ao poder e dever de fiscalizar. Diz que (Lê.): “Exercer a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município, auxiliada, quando solicitado, pelo Tribunal de Contas do Município...” Isso é o dever da Câmara. “Fiscalizar, inclusive efetuando diligências, vistorias e levantamentos in loco, os atos da Administração Direta e Indireta, nos termos da Legislação pertinente, em especial para verificar a regularidade, a eficiência e a eficácia dos seus Órgãos, no cumprimento dos objetivos institucionais, recorrendo ao auxílio do Tribunal de Contas, sempre que necessário”. Então é o poder e dever de fiscalizar do Município.

No ano passado, muitas vezes eu ouvi aqui falar, na Comissão Parlamentar de Inquérito, sobre a Saúde – eu presidia esta Casa. E muitas vezes eu até fui razoavelmente agredido, também não considerei, mas eu sempre fui muito atendo na execução orçamentária.

Hoje, o espelho que todos os Srs. Vereadores receberam – claro que alguns não estão aqui, mas está nas suas mesas –, mostra que, em ordens bancárias, só no dia de hoje, aqui, são consignadas (Lê.): “Trinta e dois milhões, 419 mil e 108 reais”. Mas vejam a precisão e a atenção do Ministério da Saúde com os eventos da Saúde em Porto Alegre, aquilo para o que queriam fazer uma Comissão Parlamentar de Inquérito. É claro que aqui está o "Pagamento da Gestão Plena do Sistema Municipal, média complexidade: 29 milhões, 950 mil e 128 reais".

Não vai aparecer na execução orçamentária, não vai aparecer! Vejam a precisão e o carinho com que é tratado o problema: para pagamento por assistência domiciliar, uma ordem bancária de R$ 5,70. Vem, na ordem bancária a cidade: Porto Alegre; órgão: Prefeitura Municipal; cadastro, nº tal; número da ordem bancária. Ainda dizem que Porto Alegre tem um milhão, 384 mil habitantes.

Neste ano, com exceção do primeiro mês - é só acompanhar a execução orçamentária -, o SUS teve registrados, pela contabilidade da Prefeitura, 36 milhões e 400 mil reais, em números redondos. Mas de 36 baixou para 16. Eu observei, no ano de 2002 que até o mês de junho a coisa ia mais ou menos; de repente, os valores baixaram. Em 2003, todos os Vereadores que vieram à tribuna disseram que o SUS estava recebendo menos dinheiro, que o Governo Federal, que agora é do Sr. Lula, está mandando menos dinheiro. E eu alertando, permanentemente, que não estava mandando menos dinheiro.

A execução orçamentária da Prefeitura nos seis primeiros meses do ano passado, mostra que recebeu 128 milhões, 915 mil reais. Em junho do ano passado, eu vim a esta tribuna e disse: “A Prefeitura já recebeu 204 milhões de reais”. Para o ano todo a Prefeitura, na sua execução orçamentária, disse que recebeu 251; eu contabilizei 427 milhões de reais.

Eu tenho perguntado, inclusive na presença do Sr. André Passos, figura que eu respeito e admiro - mas ele vem aqui quando tem alguma alteração orçamentária ou Lei de Diretrizes Orçamentárias -, aproveitei a presença dele e pedi que alguém me explicasse como o Ministério da Saúde, que é tão organizado, que manda uma ordem bancária de R$ 5,70, designou para Porto Alegre 427 milhões de reais no ano passado, e o balanço apresenta apenas 251 milhões de reais. E a Prefeitura ainda diz que gasta 18% do seu Orçamento na Saúde. Não é verdade! Não é verdade! A não ser que os 176 milhões, que aqui estão faltando, e que eu, reiteradas vezes disse que não vejo, não penso, não imagino que haja uma desonestidade - não estou fazendo denúncia -, eu estou formulando uma questão que, desde maio do ano passado, não me foi respondida. Está toda uma Bancada aqui, e eu perguntei para todos os que eu pudesse perguntar, e ninguém me respondeu.

Essa seria a grande Comissão Parlamentar de Inquérito. Essa não teria nada para dizer que não pudesse ser feita, eis que com os números é muito difícil tergiversar, passar para lá ou para cá, número é numero, aritmética é aritmética, e tem de ser resolvida da forma mais correta.

No ano passado, repito, tivemos 427 milhões em ordens bancárias para a Prefeitura, sem nenhum equívoco; Balanço da Prefeitura: 251 milhões. Faltam 176 milhões! Insisto, não estou denunciando que haja qualquer desvio de recursos lá, mas não sei como é que eles usam esses recursos, para dizer, talvez, que aplicaram 18% na Saúde, aplicando o dinheiro do Ministério da Saúde que, aliás, é o que mais dá para a Saúde em Porto Alegre, tanto que mantém o Hospital Conceição, o Grupo Hospitalar Conceição, o Hospital de Clínicas, e aí nós podemos ver que, realmente, o Ministério da Saúde é muito atento. Mas, quando receberam a primeira remessa de recursos do Ministério da Saúde para o SUS, para que a Prefeitura entregasse aos destinatários, que eram os hospitais, nós tivemos de telefonar para Brasília, para confirmar que o dinheiro estava aqui, aplicado no sistema bancário, rendendo juros e correção monetária, à época.

Portanto, é muito difícil explicar: 176 milhões de reais. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar o meu espanto pela absoluta soberba do PT em Porto Alegre, e das suas representações no Legislativo Municipal, assim como do Executivo; mas, sobretudo, aqui. Vereadores que têm uma grande experiência, histórica comparecem à tribuna, abordando questões administrativas do interesse da Cidade, questionam o PT, mas a Liderança do PT se omite e não responde; do alto da sua pretensiosidade e da sua soberba, simplesmente ignora! Este Vereador, por exemplo, há alguns dias, na sua humildade, consciente de que é um Vereador que se esforça para ter operosidade tentou, mas a Bancada do PT aqui não responde mais nada! Vejo que a posição de resposta é simplesmente solitária do ex-Secretário Municipal de Obras e Viação, Eng. Guilherme Barbosa. O Líder, este sequer comparece a esta Casa! Sequer comparece para responder!

Outro dia, houve, Ver. Pujol, Ver. Sebenelo, um aumento de capital da Epatur! Mas como, um aumento de capital de uma empresa que está paralisada, que está desativada?! O Jornal do Comércio e o Diário Oficial registravam aumento de capital, com base em demonstrativos financeiros, de operações, quando nós sabemos que, na cidade de Porto Alegre, quem responde pelas atividades de Turismo é um apêndice do Gabinete do Sr. Prefeito, conhecido como Escritório de Turismo de Porto Alegre. Ora! Acredita-se nisso? É o que acontece em Porto Alegre!

A mídia hoje publica a ação forte do Governo Municipal, punindo e destruindo materiais, DVDs, material pirata, e é só destaque! E o silêncio é o que se instalou neste País; um silêncio sobre os desmandos do PT na área administrativa da cidade de Porto Alegre e do País! Sobre os escândalos na área federal, o silêncio absoluto, restando apenas aos Vereadores da oposição os espaços para denunciar os desmandos petistas, esses espaços televisionados pelos circuitos fechados de televisão. Nada mais resta senão isso à oposição para denunciar o PT.

O Jornal do Comércio, hoje, registra a renúncia, o pedido de demissão da Diretora Jurídica da CEEE, Magda Brossard Iolovitch, descontente com o que aconteceu em relação à permuta de um imóvel - e, por muito menos, o Prefeito e ex-Prefeito de Tramandaí, está foragido; por muito menos! Vejam o absurdo! – da CEEE. E o Ver. Luiz Braz merece o nosso reconhecimento e o nosso aplauso por ter ingressado no Fórum competente, ao lado do Poder Legislativo, pois recorreu ao Poder Judiciário para anular a permuta entre a CEEE e o Município de Porto Alegre.

Vereador, veja o seguinte, esse imóvel...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Vereador, há os interesses de uma empresa estatal em jogo, com o valor do terreno! E isso passou por aqui lamentavelmente! Lamentavelmente passou por aqui! Com o valor desse terreno nós pagávamos três vezes a dívida que o Município tinha com a CEEE e não precisávamos passar para população a taxa de iluminação pública para pagar a dívida com a CEEE. Vereador, é uma vergonha o que está acontecendo.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Vereador, eu quero dizer a V. Exª que ela deu índice construtivo sim: dois milhões e meio de reais em índices construtivos.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas é lesivo, de qualquer maneira, aos interesses da população, seja pela taxa de iluminação pública - é lesivo para os interesses dos cofres -, seja da CEEE, que é uma estatal, aliás uma estatal do mais absoluto respeito. Eu tenho admiração pela CEEE, porque é a melhor distribuidora em qualidade de energia elétrica do Estado, provando que o Estado, muitas vezes, é melhor gestor do que as empresas privatizadas. Privatizaram várias empresas neste País, e hoje a telefonia é este horror que está aí. O que melhorou a telefonia é a tecnologia, e a tecnologia aliada ao grande capital - sabe bem, V. Exª, Vereador Guilherme Barbosa -, produz um bom serviço. Mas os rios de dinheiro que correrão para essas empresas privadas, aliadas ao capital internacional do Deutsche Bank, do Bank of America, do Banco do Japão, dessas megaestruturas que têm o controle acionário das empresas que atuam na telefonia do Rio Grande do Sul, elas, num golpe, voltaram à cena, e, mais do que nunca, aquilo que Getúlio Vargas denunciava e pelo qual teve que desferir um tiro sobre o próprio peito, voltou e está acontecendo. O Vereador Luiz Braz - e eu tenho o meu tempo quase encerrado - ingressou com uma ação popular, denunciando a permuta de um terreno por troca de índice construtivo, que é lesiva – é verdade Vereador -, mas essa questão, Vereador, é uma questão jurídica, necessariamente, e ela tinha de passar pela Câmara Municipal, porque envolve permuta, e a Lei Orgânica de Porto Alegre estabelece que a permuta deve passar pela Câmara Municipal.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Luiz Braz.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não consta, não, Vereador. Eu posso lhe dar o aparte, Vereador, se V. Exª assim o desejar. Não passou pela Câmara. Um dos fundamentos da ação popular com que o Ver. Luiz Braz ingressou, denunciando a lesividade e a falta de obediência a critérios formais é de que a permuta entre a CEEE e o Município de Porto Alegre, tendo por objeto esse terreno localizado na parte fronteira, onde, por uma parte passa o trem que não leva nada a coisa nenhuma, essa área, se eu não me engano, de 15 mil metros, ela não passou pela Câmara Municipal, é um dos fundamentos da tentativa de anulação desse negócio jurídico.

Portanto, Vereador, encerramos a nossa manifestação fazendo este registro da tribuna desta Casa.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Obrigado, Ver. Isaac. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que "permutinha gozadinha" essa! Que barbaridade! Que motiva a demissão, da CEEE, de uma Procuradora na permuta de 6x2. Que coisa complexa, complicada e comprometedora!

A piada da semana é o aumento de capital da Empresa Porto-Alegrense de Turismo, a Epatur, que tinha sido transformada em subseção da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, e hoje volta à berlinda com essa surpreendente notícia: amento de capital para a Epatur; que, para nós, estava extinta ou em extinção.

Mas a noticia pior que poderia acontecer é que o Sr. Prefeito – saiu no jornal O Sul, de hoje, – vai mandar para o Judiciário qualquer atitude que esta Câmara tomar, em relação à homologação do Comude por esta Casa, depois da rejeição do Veto.

É o caminho democrático? É! É um direito? Sim! O direito é inalienável, indiscutível. Claro! Mas o que está por trás disso, realmente, é uma questão apenas ideológica, jogando-se pela janela uma grande quantidade de recursos, na ordem de, mais ou menos, 8,5 milhões de reais, que beneficiariam o Pronto Socorro Municipal, a Secretaria de Educação, e o processo de eletrificação da Cidade.

Então, temos a noticia desagradável de que o Prefeito irá encaminhar ao Judiciário a sua inconformidade, a sua não-aceitação de recursos que o Estado deveria passar à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, alegando, inclusive, que haveria uma inconstitucionalidade.

Ora, essa matéria é regulamentada por Lei Estadual, é regulamentada por Decreto, está super-regulamentada, a criação do Comude é indiscutível, tem a orientação da lei, pois nós ainda, mesmo assim, teremos de alegar, de agüentar essa alegação de inconstitucionalidade.

Quando se fala em Poder Judiciário, aqui, eu fico arrepiado, pois fico me lembrando da CPI da Saúde que no mês de fevereiro, Ver. Dr. Goulart, sofreu um Mandado de Segurança, uma medida de urgência, uma medida liminar que deveria ser imediatamente resolvida, por ser de rápida resolução, mas, até hoje, dorme longo e profundo sono nas gavetas do Judiciário. E, aí, a pergunta é a mesma na cabeça de todos vocês que estão nos assistindo, de todos os Vereadores, de todos os que estão trabalhando aqui: que imenso prejuízo foi causado à população de Porto Alegre? Mais um vai ser causado vetando o Comude que veio para cá, não foi aceito o Veto, então vamos para o Judiciário. E, mais uma vez, vai dormir um longo sono no Judiciário, atirando-se pela janela uma quantidade de dinheiro que nós não podemos dispor, recursos esses que beneficiariam secretarias, instituições, hospitais, o Hospital de Pronto Socorro Municipal, e, inclusive, as questões de energia na Cidade de Porto Alegre.

Isso mostra o fundamentalismo e a insensatez a que chega uma autoridade em um momento de discordância. E o pior é que não há nenhuma outra alternativa senão cruzar os braços, esperar pela morosidade do Judiciário e, como subterfúgio, como manobra diversionista, como apenas uma forma de procrastinação, mandar para o Judiciário. E, lá, há uma imensa lagoa, lá há uma imensa bolha que acolhe todos esses processos, e toda essa inconformidade que passa a não ter mais julgamento. A CPI fica à espera, o Comude fica à espera; esperando, esperando, esperando, e, enquanto isso, nós vamos lamentando a falta de recursos, nós vamos lamentando a falta de leitos, nós vamos lamentando a falta de consultas, nós vamos lamentando a compra de lugares nas filas dos postos de saúde. Lamentamos! E, por fim, esperamos, esperamos e esperamos pelo nosso Judiciário. Enquanto isso, o Prefeito, a Prefeitura, o Paço Municipal, comemora grandes vitórias contra a oposição desta Câmara, grandes derrotas da população de Porto Alegre.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Cláudio Sebenelo. Encerrado o período do Grande Expediente.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

O Ver. João Antonio Dib solicita verificação de quórum. (Pausa.)

O Ver. Professor Garcia solicita verificação nominal de quórum. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h15min.)

 

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